Grande asteroide Vesta tem resquícios da presença de água


A água líquida fluiu na superfície do enorme asteroide Vesta, num passado relativamente recente, durante um breve período de tempo, sugere um novo estudo.

"Ninguém esperava encontrar evidências de água em Vesta. A superfície é muito fria e não há atmosfera, de modo que toda a água na superfície evapora.", disse a principal autora do estudo Jennifer Scully, pesquisadora da Universidade da Califórnia. "No entanto, Vesta está provando ser um corpo planetário muito interessante e complexo."

Jennifer e seus colegas analisaram imagens de Vesta, que é o segundo maior objeto no Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter. As imagens foram feitas pela Sonda Dawn da NASA, que orbitou o protoplaneta de 512 km de diâmetro entre julho de 2011 e setembro de de 2012. Na imagem de capa desta matéria, podemos ver a cratera Cornelia e o zoom indicando onde as erosões foram encontradas, indicadas pelas setas amarelas.


Os pesquisadores notaram erosões curvas e depósitos em forma de leque em oito diferentes crateras de impacto. Essas crateras são jovens em comparação com os 4,56 bilhões de anos de Vesta; os pesquisadores acreditam que todas elas tenham se formado apenas nas últimas centenas de milhões de anos.

Durante a Reunião Anual (2015) da União Geofísica Americana, em São Francisco, Jennifer Scully apresentou seus resultados, que também foram publicados na revista Earth and Planetary Scince Letters. Na ocasião, ela disse que "os canais formam uma espécie de rede complexa, semelhantes ao que vemos nas crateras do Arizona, nos EUA."

Em média, as erosões têm cerca de 900 metros de comprimento por 30 de largura, disseram os pesquisadores. Elas têm uma semelhança notável com os canais esculpidos por "fluxos de detritos" aqui na Terra, que ocorrem quando uma pequena quantidade de água em movimento fica repleta de detritos.


Jennifer e sua equipe acreditam que algo parecido com fluxo de detritos (e não água líquida pura) seja responsável pela criação dessas extensas erosões. Ela propõe que impactos de meteoritos podem ter derretido supostos depósitos de gelo no subsolo de Vesta, e que pode ter enviado água líquida e outros detritos para a superfície.

Experimentos de laboratório sugerem que os destroços retardariam a evaporação da água o bastante para que os canais fossem formados, disseram os pesquisadores. Apesar deste cenário implicar a existência de gelo no subsolo de Vesta, isso não ficou comprovado, e não há evidências concretas até o momento. Por outro lado, a Sonda Dawn detectou sinais de minerais hidratados no enorme protoplaneta.


Segundo Jennifer Scully, mesmo que exista gelo enterrado em Vesta, ele estaria numa profundidade que não permitiria sua detecção por qualquer instrumento da Sonda Dawn.

E Vesta, o gigante asteroide que já chamava atenção pelo seu tamanho e complexidade, agora também chama a atenção por já ter tido água em sua superfície, algo completamente inesperado!

Fonte: Galeria do Meteorito

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