Nova forma de estudar a formação de estrelas na Via Láctea

New ways developed to see the formation of stars in the Milky Way
Uma imagem colorida representativa da luz infravermelha de um aglomerado estelar jovem. As estrelas mais jovens aparecem predominantemente em laranja. Regiões onde o gás está sendo aquecido pela intensa radiação de luminosas estrelas jovens aparecem em branco. Recém-descobertos jatos de estrelas jovens são mostrados em azul na imagem. Créditos: Adler Planetarium.
Um time de pesquisadores liderado pelo astrônomo do Adler Planetarium Dr. Grace Wolf-Chase descobriu novas evidências de formação estelar na nossa galáxia Via Láctea. Usando um telescópio equipado para detectar luz infravermelha invisível aos nossos olhos, essa excitante nova ciência vem revelando como as estrelas, incluindo o nosso próprio Sol, evoluem em aglomerados e grupos estelares. O Astrophysics Journal publicou um artigo intitulado "MHOs Toward HMOs: A Search for Molecular Hydrogen Emission Line Objetcs Toward High Mass Outflows (MHOs em direção a HMOs: Uma Procura por Objetos Emissores de Linhas de Hidrogênio Molecular em Direção a Fluxos de Alta Massa)"

A equipe encontrou enormes nuvens de gás se movendo para fora de áreas onde estrelas "bebês" estão se formando, usando uma nova forma de interpretar esses fluxos de outros processos em berçários de estrelas densamente povoados. Esses berçários estelares podem produzir dezenas ou até centenas de estrelas com diferentes massas e tamanhos.

"Acredita-se que o Sol, apesar de isolado de outras estrelas atualmente, se formou em um aglomerado junto com muitas outras estrelas, então o ambiente que nós estudamos pode nos contar muito sobre a origem do nosso próprio Sistema Solar", disse Wolf-Chase.

Estrelas se formam quando nuvens frias e giratórias de gás e poeira no espaço, por ocasião da atração gravitacional, começam a criar regiões mais densas (discos compactos) que giram mais rápido quanto menores forem, de forma semelhante ao que acontece quando um patinador girando encolhe seus braços, aumentando sua velocidade de rotação. Para um estrela se formar no centro de um disco giratório, a rotação do disco precisa diminuir. Isso acontece através de poderosos fluxos de gás conhecidos como "jatos". Esses jatos podem atingir 10 trilhões de milhas de distância, mesmo que os discos dos quais eles foram emitidos meçam "meros" bilhões de quilômetros de diâmetro (tamanho comparável ao Sistema Solar).

Desde que planetas possam se formar nos discos, a presença de um jato pode ser um bom indicador de um sistema planetário nascente, mesmo quando o disco não é observado diretamente. Estrelas com mais de oito vezes a massa do Sol banham seus arredores com intensa radiação ultravioleta que destroem suas "nuvens natais" rapidamente, então não é claro se essas estrelas massivas desenvolvem discos e jatos da mesma forma que estrelas como o Sol.

Os pesquisadores usaram um instrumento chamado NICFPS (Near Infrared Camera and Fabry-Perot Spectrometer, ou em português Câmera de Infravermelho Próximo e Espectrômetro de Fabry-Perot) no telescópio de 3,5 metros do Consórcio de Pesquisa em Astrofísica (ARC) no Observatório de Apache Point (APO) localizado no Novo México. O NICFPS olhou o interior de 26 nuvens empoeiradas onde pensa-se que aglomerados contendo estrelas massivas estejam se formando. Usando uma combinação de filtros de infravermelho que propiciou a eles distinguir jatos de estrelas jovens de outros tipos de luz produzidos pela radiação desses massivos berçários de estrelas, eles identificaram 36 jatos em 22 dessas regiões. Esses resultados nos dão atraentes evidências de que, da mesma forma que suas irmãs de baixa massa, estrelas massivas também emitem poderosos jatos. Os jatos desaparecem rapidamente após a radiação da estrela massiva começar a perturbar o ambiente ao seu redor.

Fonte: Phys.org

Nenhum comentário