Novo estudo mostra que o Universo está expandindo mais rápido do que previa a física
Imagem combinando luz visível, infravermelho e raios-X de M101, a Galáxia do Catavento, uma das estudadas. |
"Acho que há algo no modelo cosmológico padrão que não entendemos", afirmou o pesquisador Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins, um dos descobridores da energia escura em 1998. Desde a descoberta da energia escura, a evolução do Universo tem sido explicada em termos da competição entre o efeito de expansão desta energia, que compõem 68% do Universo, e o efeito contrário da matéria escura, que compõem 27% do Universo, com a matéria normal correspondendo a menos de 5% do total.
Este cabo-de-guerra cósmico foi descoberto com a ajuda das medidas da radiação que foi deixada pelo Big Bang, que agora pode ser observada com a radiação cósmica de fundo de microondas, ou CMB na sigla em inglês. Pelas observações, a aceleração causada pela energia escura teria ficado constante desde o Big Bang.
Imagem da radiação cósmica de fundo. Créditos: NASA. |
Só que depois que Riess e seus colegas começaram a usar um novo método para medir a expansão do Universo, usando medidas de "lâmpadas padrão" como as cefeidas e certas supernovas, a discrepância apareceu novamente, na forma de uma expansão 8% mais rápida que o previsto pelas medidas do Planck. Lâmpadas padrão são fontes de luz que têm uma luminosidade conhecida. É como medir a luz de uma lâmpada de 20W a uma certa distância, e comparar com o brilho de uma lâmpada igual a um metro. A partir da diferença de brilho, dá pra calcular a distância entre as duas lâmpadas. Geralmente são usadas estrelas cefeidas e supernovas do tipo Ia.
A equipe de Riess analisou 18 dessas lâmpadas padrão a partir de dados obtidos pelo Telescópio Espacial Hubble para então chegar ao valor de uma velocidade de expansão diferente, 8% maior a partir do que se obtém ao analisar os dados da radiação cósmica de fundo obtidos pelo Observatório Planck.
Se essas novas medições são precisas, e nossos mapas do CMB também são precisos, então algo fundamental na nossa compreensão do Universo está errado. Pode ser que a matéria escura tenha algum efeito desconhecido sobre a expansão, ou talvez a energia escura tenha ficado mais forte com o passar do tempo. Ou talvez a maneira com que medimos a expansão não é muito precisa - "lâmpadas padrão" podem não ser tão padrão assim, como parecem indicar alguns estudos.
Fonte: HypeScience
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