Enorme acelerador cósmico é descoberto acima da Terra


Uma pesquisa recém divulgada identificou a existência de um acelerador cósmico gigante acima da Terra. O acelerador natural do espaço "sincroton" tem escala de centenas de milhares de quilômetros, superando até mesmo os maiores aceleradores artificiais semelhantes, como o Grande Colisor de Hádrons do CERN, que tem uma circunferência de apenas 27 km.

Ao analisar os dados das sondas de Van Allen da NASA, o físico Ian Mann, da Universidade de Alberta, junto com seus colegas da NASA e de outros institutos, foi capaz de identificar e medir a "arma de fumaça" de um processo de escala planetária que acelera partículas a velocidades próximas à velocidade da luz. Tudo isso acontece dentro do cinturão de radiação de Van Allen.


Ian Mann diz que este acelerador de partículas coleta energia a partir de flares e erupções solares que chegam aqui através do vento solar, funcionando como uma central de energia aeólica. Este "acelerador natural" se encontra na região dominada pelo campo magnético da Terra, a magnetosfera. A descoberta é um grande passo para a compreensão de tempestades especiais e proteção de sistemas artificiais em terra e no espaço de possíveis danos da tempestades especiais e do clima espacial severo.

"O quebra-cabeça dessa nova descoberta é: como as partículas se aceleram até quase a velocidade da luz?", comenta Ian.


Ian diz que esta aceleração de partículas pode danificar satélites e representa um risco para os astronautas durante as tempestades de clima espacial, e é semelhante a relação entre um surfista e uma onda, em que as partículas pegam uma "carona"em uma onda que as envia como em uma foguete e as colocam em órbita com a Terra. À medida que essas partículas circundam a Terra, elas podem ser pegas por uma nova "onda", ou até mesmo pela mesma, o que irá aumentar a sua velocidade ainda mais. "O resultado é um ciclo perpétuo em que as partículas são aceleradas por ondas em escalas planetárias, abrangendo centenas de milhares de quilômetros, disse Ian.

Assim como as tempestades climáticas da Terra, as tempestades espaciais podem ser leves, moderadas ou fortes. Ian diz que essas tempestades solares podem ter vários efeitos sobre as infraestruturas tecnológicas da Terra, desde leves interrupções das comunicações por satélites, até mesmo danos generalizados em sistemas de telégrafo, como ocorreu durante a tempestade solar Carrington de 1859, que se manifestam na Terra como brilhantes auroras boreais e austrais.


"Há relatos publicados em jornais de testemunhas oculares que viram linhas telegráficas se incendiando como resultado das correntes elétricas que penetraram na infraestrutura terrestre devido a essas tempestades espaciais", disse Ian, acrescentando que o dano espacial de uma tempestade como essa, no mundo altamente tecnológico que vivemos atualmente, poderia causar trilhões de dólares em perdas e reparos.

Ian diz que a compreensão do clima espacial ainda está em fase de descobertas, porém, com resultados como esse, os pesquisadores estão chegando cada vez mais próximos de produzir previsões do clima espacial mais precisas.

"Ainda estamos tentando compreender como uma grande tempestade espacial seria, e qual impacto que ela poderia ter sobre a infraestrutura tecnológica atual (satélites, sistemas operacionais e de energia)", disse Ian. "Finalmente estamos tentando melhorar alguns dos nossos sistemas de proteção contra o clima espacial severo."

Fonte: Galeria do Meteorito.

Um comentário :

  1. gostaria de saber o que protege a terra da energia cósmica que o sol forma atraves do vento solar
    o nome desta camada alem da via lactea
    obrigado
    Fernando Marcio Capanema Pereira

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