Buraco de minhoca criado em laboratório gera campo magnético
Físicos criaram um buraco de minhoca que pode transmitir um campo magnético de um ponto no espaço para outro, através de um caminho invisível. De acordo com um dos coautores do estudo, Jordi Prat-Camps, doutorado em física na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, "de um ponto de vista magnético, este dispositivo funciona como um buraco de minhoca, como se o campo magnético fosse transferido através de uma dimensão extra-espacial".
Os pesquisadores notaram que os materiais usados para fazer um buraco de minhoca magnético já existiam e eram simples de encontrar, como os supercondutores. Assim, projetaram um objeto de três camadas, que consistia em duas esferas concêntricas com um cilindro em espiral no interior. Essa camada interior essencialmente transmitia um campo magnético a partir de uma extremidade para outra, enquanto as duas outras camadas agiam para ocultar a existência do campo.
O cilindro interior foi feito com um ferromagnético de mu-metal. Materiais ferromagnéticos apresentam a forma mais forte de magnetismo, enquanto mu-metais são altamente permeáveis e muitas vezes utilizados para proteger dispositivos eletrônicos.
Uma fina camada constituída por um material supercondutor de alta temperatura chamado de óxido de ítrio-bário-cobre foi usada para alinhar o cilindro interior, dobrando o campo magnético que viajava através dele.
O invólucro final foi feito de outro mu-metal, mas composto por 150 partes cortadas e posicionadas para cancelar perfeitamente a curvatura do campo magnético pelo escudo supercondutor. Por fim, o aparelho inteiro foi banhado em nitrogênio líquido (supercondutores de alta temperatura exigem baixas temperaturas para funcionar).
Normalmente, as linhas de um campo magnético irradiam para fora a partir de um determinado local e se deterioram ao longo do tempo. A presença do campo magnético deve ser detectável em todos os pontos em torno dele. Na nova tecnologia, o buraco de minhoca afunila o campo magnético de um lado do cilindro para o outro de modo que ele fica "invisível" quando em trânsito, parecendo sair de nenhuma parte na outra ponta do tubo.
"De um ponto de vista magnético, você tem o campo magnético do ímã desaparecendo em uma das extremidades do buraco de minhoca, e aparecendo novamente no outro extremo", disse Prat.
A tecnologia poderia ter aplicações médicas. Por exemplo, máquinas de ressonância magnética usam um ímã gigante e exigem que as pessoas fiquem paradas em um tubo para conseguir um diagnóstico por imagem. Se um dispositivo pudesse canalizar um campo magnético de um lugar para outro, seria possível tirar fotos do corpo com o ímã colocado mais longe, libertando as pessoas do ambiente claustrofóbico do aparelho.
Para tornar isso possível, porém, os pesquisadores teriam de modificar a forma de seu dispositivo. A esfera é a forma mais simples de modelar, mas um escudo cilíndrico seria a forma mais útil.
Fonte: HypeScince
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