Aceleração da expansão do universo pode ser menor do que se pensava

Esquema representando a expansão do universo
Até nas primeiras décadas do século XX, os astrônomos ainda imaginavam que o universo não passava de uma única galáxia: a Via Láctea, com seus míseros 100 mil anos-luz de diâmetro. Isso só veio a mudar depois que o famoso Edwin Hubble mostrou que aquelas pequenas "nuvens espirais" vista no céu eram na verdade outras galáxias como a nossa, só que muito mais distantes. Desse modo, os limites do universo conhecido aumentaram enormemente. 

Hubble não parou por aí. Após estudar o redshift destas galáxias, isto é, a velocidade com que elas se distanciam de nós, ele determinou que esta velocidade é muito alta, chegando a conclusão de que, se as galáxias estão se distanciando de nós, o universo também está. Além disso, foi descobertos poucos anos depois que essa velocidade está na verdade aumentando, ou seja, o universo está em expansão acelerada! Especulou-se então que uma energia desconhecida do homem estava ajudando o universo neste quesito, a chamada energia escura.

Mas como tudo na astronomia dura pouco e sempre novas coisas são descobertas para incrementar o nosso conhecimento, descobriu-se agora uma coisa que pode alterar, e muito, os cálculos feitos anteriormente para descobrir a expansão do nosso universo. 

Supernovas do tipo Ia, as quais explodem sempre nas mesmas circunstâncias (massa, estrutura, composição...), sempre foram usadas para calcular distâncias cósmicas, e no nosso caso, elas serviam para saber qual a distância das galáxias e, por sua vez, calcular a velocidade do deslocamento delas, isto tudo por que essas supernovas servem como padrão (por que são [ou imaginava-se serem] todas iguais). 

Nesta imagem da galáxia M82, localizada a 12 milhões de anos-luz da Terra, capturada pelo satélite espacial da Nasa Swift, duas supernovas do tipo Ia são destacadas, e o brilho delas duas não parecem ser iguais, levando os astrônomos a reverem alguns cálculos a respeito da aceleração do universo.
O que foi descoberto é que esse brilho nem sempre é igual, o que leva os astrônomos a terem que dividir as supernovas Ia em dois tipos. As supernovas mais próximas a nós são diferentes daquelas mais distantes, foi o que concluíram os astrônomos envolvidos no estudo. 

As supernovas Ia mais distantes de nós parecem ser menos brilhantes do que o esperado, levando a crer que elas também estão mais longe, sendo assim, o universo está se expandindo mais rápido que no passado. Unindo imagens dos telescópios Hubble e Swift, que opera no ultravioleta, descobriu-se que as supernovas mais próximas tendem para o lado vermelho do espectro, e as distantes para o lado azul.

Aí você se pergunta: mas o que isso tem de importante? Anteriormente se pensava que todas as supernovas Ia eram iguais, e os cálculos eram feitos todos do mesmo modo. Agora imagine que um elemento desse cálculo tem um valor diferente do que aquele que foi usado, então você chega a conclusão de que sua conta não está correta. É por isso que os astrônomos terão que dividir o cálculo da aceleração entre as supernovas Ia distantes e as próximas. 

Essa descoberta faz com que imagine-se que a expansão do universo é menor do que antes se achava. Mas é bom lembrar que essa diferença não é gritante, embora que seja preciso sim rever alguns conceitos. Por sua vez, isso acaba levando a conclusão de que há menos energia escura no universo do que era anteriormente especulado.

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